Esquiva Falcão: boxe de volta aos bons tempos - até o próximo UFC |
Em Londres, Esquiva Falcão conseguiu uma façanha para o esporte e o boxe
nacional: superou o feito do bronze de Servílio de Oliveira, nas Olimpíadas do
México em 1968. Esquiva garantiu ao menos a prata, na categoria até 79 kg. O
irmão de Esquiva, Yamaguchi Falcão, também garantiu medalha para o Brasil (mais
um bronze, pelo menos) e pode chegar à final dos meio-pesados.
Servílio: medalha ganha, glória esquecida |
O bom momento do boxe olímpico brasileiro não reflete o atual
momento do boxe, em nível mundial. O esporte está abandonado, sem prestígio,
sem ídolos. No Brasil e no mundo o boxe é ofuscado pelo UFC e MMAs da vida.
Ringues que já foram palco de lutas marcantes entre Mike Tyson, Evander
Holyfield, Muhammad Ali, Éder Jofre e Arselino “Popó” Freitas foram
substituídos por octógonos. Octógonos com aranhas, mutantes, ciganos e por aí
vai.
É uma pena. Não desmerecendo os lutadores do UFC– ou os “gladiadores
do terceiro milênio”, disse o sábio Galvão Bueno – mas o boxe tem uma aura que
infelizmente foi apagada aos poucos. Um esporte que criou ídolos de geração em geração.
Os milhões gerados pelo UFC de Dana White
foram tomando o lugar de um esporte clássico, olímpico. O show criado por Dana faz reluzir aos olhos um espetáculo sem igual. Permito dizer que o UFC cria ídolos temporários.
A comoção que Anderson Silva causa talvez seja efêmera. Sinal dos tempos,
afinal o povo se cansa e quer novidades a todo instante.
Duvido que o boxe volte a ter a glória perdida, pelo menos não
na próxima década. Infelizmente, os irmãos Falcão terão seus nomes gravados e
estampados nos jornais, revistas, tv e sites, mas vai ser uma história que será
apagada, assim como o bronze de Servílio de Oliveira foi.
Dana White, Spider, Sonnen, UFC e o octógono: milhões no bolso e povo feliz |
Os irmãos Falcão são, sim, heróis nacionais, heróis olímpicos.
Até a próxima luta “memorável”, “histórica” e “incrível” do UFC.
P.S.: Texto com a colaboração (e as correções) de Rafael Santiago, obviamente, lutador.
P.S.: Texto com a colaboração (e as correções) de Rafael Santiago, obviamente, lutador.
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